MAS
Que o lençol do mar me encante,
Sob a lua nua, rutilante,
Que eu me aprume, rume adiante,
Misterioso, errante,
Dê um intervalo para a realidade.
Que a minha alma navegante,
Se desprenda, transcenda exultante,
Se ascenda, se faça soante,
Se sintonize com o vento passante,
Dance, celebre o lampejo de liberdade.
Que o meu olhar se espante,
Com a destreza, a beleza estonteante,
De uma sereia flutuante,
Que eu aproxime, eternize esse instante,
De noturna divindade.
Mas, que pela manhã, eu volte ao meu antes,
À minha limitada placabilidade,
Sou humano demais, para tanta imensidade.
Que o lençol do mar me encante,
Sob a lua nua, rutilante,
Que eu me aprume, rume adiante,
Misterioso, errante,
Dê um intervalo para a realidade.
Que a minha alma navegante,
Se desprenda, transcenda exultante,
Se ascenda, se faça soante,
Se sintonize com o vento passante,
Dance, celebre o lampejo de liberdade.
Que o meu olhar se espante,
Com a destreza, a beleza estonteante,
De uma sereia flutuante,
Que eu aproxime, eternize esse instante,
De noturna divindade.
Mas, que pela manhã, eu volte ao meu antes,
À minha limitada placabilidade,
Sou humano demais, para tanta imensidade.