A IMORTALIDADE DO TEMPO

O segundo solto no tempo

Esse autômato autônomo

Espectro a vagar pelos dias

Espectador de nossos destinos

Versátil ermo dos instantes intimistas

Onde o silêncio atroz a todos amordaça

À margem da catarse do incomensurável

Na jornada desses passos fragmentados

Tornam-se nômades todas as circunstâncias

Não se importando com as mensuras de nossa solidão

Segue a saga das horas que nos prende aos idos anos

No idílico intento de interpor-se entre nossas gerações

Tornando inócua nossa tentativa de nos mantermos jovens

Pois a voracidade do tempo é algo que não se pode transpor

E os outonos são as marcas indeléveis de sua impetuosidade

Compactadas na densidade de tudo o que trazemos na memória

Valsando na concatenação de nossos rotineiros encantos e desencantos

Torna-se ominoso carrasco da felicidade por ele mesmo encadeada

Ao mesmo tempo instando á mesma a sempre renovar-se plenamente

Abstraído que vive em tua intransponível e absoluta imortalidade

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 28/04/2014
Código do texto: T4786499
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