Ora, o Além!

O ser abafado

noutro plano,

recolhendo-se

ao canto

de um lamento

além do Estige:

inerte, estava,

ao manto

o anjo negro,

satisfeito,

erguendo o enxofre

de sua presença,

sucumbe nas covas

do infinito

com o grito

de intensa voz.

Espasmo dimensional,

um vácuo amplo,

friamente incasto.

Direção indiferente,

na inércia,

pensamento nefasto.

Arquejo

do encontro etéreo

finda-se a perspectiva

geométrica,

num corpo

anos-luz da estética,

onde o firmamento

incolor é o seu térreo!

O norte

da ordem mínima,

num peso inferior

ao átomo primitivo,

despojado

de energia mecânica

numa anti-orbita,

em torno de si,

ou espaço ativo.

Tudo em vida se refaz!

O louvor de um

órgão latente,

numa amplitude

auditiva do sangue

e o pranto irrompe

imponente:

Memória apagada,

fluido hídrico

no corpo

luzes se manifestam,

em comoção

de um produto materno,

quente e úmido,

inevitável veredito

da encarnação!

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 28/04/2014
Reeditado em 16/11/2014
Código do texto: T4786396
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