Ora, o Além!
O ser abafado
noutro plano,
recolhendo-se
ao canto
de um lamento
além do Estige:
inerte, estava,
ao manto
o anjo negro,
satisfeito,
erguendo o enxofre
de sua presença,
sucumbe nas covas
do infinito
com o grito
de intensa voz.
Espasmo dimensional,
um vácuo amplo,
friamente incasto.
Direção indiferente,
na inércia,
pensamento nefasto.
Arquejo
do encontro etéreo
finda-se a perspectiva
geométrica,
num corpo
anos-luz da estética,
onde o firmamento
incolor é o seu térreo!
O norte
da ordem mínima,
num peso inferior
ao átomo primitivo,
despojado
de energia mecânica
numa anti-orbita,
em torno de si,
ou espaço ativo.
Tudo em vida se refaz!
O louvor de um
órgão latente,
numa amplitude
auditiva do sangue
e o pranto irrompe
imponente:
Memória apagada,
fluido hídrico
no corpo
luzes se manifestam,
em comoção
de um produto materno,
quente e úmido,
inevitável veredito
da encarnação!