Onde te encontrar

Chamei-te Deus na imensidão

Onde os olhares de toda a humanidade se perde

Onde todas as mãos se encontram

Onde tudo se transforma

Gritaram todos os meus eus de dentro de suas estradas

Na praça sentaram a discutirem sem chegarem em um consenso

Fugiu o meu espírito de tão grande burburinho... eu precisava de ti

Enquanto brigavam uma árvore próxima ficara escandalizada sem seu silêncio

O passarinho deixou de cantar

E o vento veio se assentar

Passaram as mãos nas lágrimas que caíam nas minhas faces

A luz veio olhar dentro dos meus olhos me procurarem

Um vento gelado abraçou minha espinha

Eu nem lá estava

Caminhei na imensidão deixando meus rastros

Eu procurava Deus, gritava seu nome

Minha solidão então se dissipava

Ele estava comigo ouvindo-me queixar sem que eu o visse

Já não quero meu corpo, nem meus eus, já não quero voltar...reclamava

Ele ali me fazia esvaziar de mim naquele banco de praça

Todos os meus eus juravam que estava acontecendo um milagre

O corpo tão calmo respirava

Veio a luz e me deu um grande abraço

A árvore sentiu seus galhos balançando no vento

E o passarinho pôs-se a cantar

Eu chegara

Fizeram tão grande festa... um feriado

A imensidão ia tranquila pelo meus eus os encontrarem

Despediu de mim dentro de um longo olhar

Voltaria nos meus sonhos com braçadas de flores para me

entregar

Logo todas as estradas estavam abertas

As portas eram umbrais de um paraíso

Meu espírito cantava junto ao cantor da árvore

Que céu azul, que dia lindo

Rosalina Herai