Inefável
Não pertenço
aos meus limites.
Sou o confuso entendimento
dessas linhas fecundas.
Sou o som do meu silêncio
e de minhas canções difusas...
Ouço essa voz,
plenitude ao coração.
Liga-me às respostas
que os deuses dão
a quem tem razão.
Sucedem-me as estações,
e quero ser
como aquele pastor de estrelas
que cinzela na alma o essencial
e somente guia a beleza.
Ascendo o olhar
e vislumbro
o fogo da criação...
e meu rosto e meus lábios
se nutrem desse poema
do coração.
Fonte onírica,
argila indispensável
que molda tua alma
em meu silêncio
na forma e na cor
do inefável...
(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)