"COVA RASA"

A toda a hora se espreitam...

E espiam, com quem se deitam.

Dormem um sono leve, inseguro,

Dos profanos e do amor escuro.

Como uma caçada ao pobre nada,

Que se encolhe mudo de vergonha

E sente uma tristeza tal; medonha.

De servir a gente fútil, vil e cega,

Em falsas comunhões de entrega,

Que servem apenas como jargões;

Imaculados e acesos nos perdões.

Uma triste homilia sem sacerdote,

Celebrada numa cova rasa e altiva,

Onde jazem ossos da tristeza viva.

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 11/04/2014
Código do texto: T4765527
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