Alvorecer da eternidade
Sangue carmim no areal,
ampulheta estraçalhada,
bruxuleante lume, final...
Na terra esparramada
a seiva da brevidade.
Nau à deriva, tochas de fogo,
clichês de liberdade.
Aroma de enxofre no ar
a rudeza do jogo,
vagas turvas no mar...
Labirintos vazios, na terra
os esburacados caminhos,
sombras lúgubres de heras,
emaranhados de espinhos.
Cessa penosa caminhada
de tantos e tantos vazios,
final melancólico da jornada
por anfiteatros sombrios.
Fenece a perfumada flor,
ora jaz no vasto erval daninho,
entre feras sanguinárias, o amor
soçobra triste e sozinho.