ALMA POÉTICA

O sol luzindo, deslizando,
Sobre a toalha ondulada,
Deixando a tarde dourada,
O vento zumbindo,
Sacudindo os coqueirais,
Varrendo os grãos de areia,
As folhagens desgarradas,
E eu aqui, contemplando,
Com as retinas felizes,
A alma poética, cheia,
De matizes,
Entregue a esse momento,
E eu aqui, divagando...
Sonhando... talvez, demais,
Abraçando o firmamento,
Fluindo... me permitindo,
Me sentindo,
Uma alvissareira sereia,
Uma encantadora indomável,
Sentindo uma etérea sensação,
E eu aqui, apropriando da canção,
“... Essa semana o mar sou eu”.


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FASCÍNIO 

Sobre as areias da praia,
que o vento sopra e espalha,
eu me deito pra sentir
o delicioso fluir
da vida, que pulsa, se agita,
e em mim, eu sinto, grita,
tentando se expandir.
Meu corpo, porém limitado,
não voa, não é alado,
tem os pés presos ao chão,
sem desculpas, sem senão,
a ele estou amarrada,
totalmente acorrentada.
Quem me dera ser sereia,
nas noites de lua cheia,
solfejando uma canção.
Mas poeta tem o dom,
de criar o que imagina,
assim sem sair do tom,
sou mulher, não mais menina.
Sou pura fascinação.

(HLuna)