A cidade

A cidade prepara-se

para adormecer.

No para-brisa

de um carro apressado,

restos de chuva correm

fazendo reflexos,

deformando pessoas em movimento

e as que estão esperando

em seus pontos de ônibus.

O tempo ainda espera.

O tempo perverso ainda mostra

a angústia e a felicidade

no espaço de mil destinos.

O tempo brinca e briga.

O tempo reage herético,

desbotando ilusões infinitas.

E a noite se perpetua,

cessando os sonhos na vertical,

dormindo o real na horizontal.

E o carro corre...

entre prédios e mais prédios.

A cidade dorme.

O impessoal se glorifica.

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 07/03/2014
Código do texto: T4719331
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