Coisa insana
Aconteceu uma maldita coisa;
Ou uma quase coisa. Sutilmente
Descompromentida com a honra
Ou qualquer sentimento nobre;
Tinha a cara de princesa mítica.
Cientificamente inexplicável,
Fazia rodopios sobe as cabeças
Dos herois que morriam de medo.
Os covardes se espreguiçavam,
Como que se não estivessem nem aí,
Mas as crianças compreendiam
E as mulheres adoravam.
Essa coisa crescia em ironia viva,
Porém, não era visível, apenas o olho nu
Conseguia ouvi-la nitidamente.
Dançava todos os carnavais do mundo
E perturbava um tempo após o outro.
Às vezes doía, não devia,
Mas dava dentro da gente. Agonia...
Os automóveis tremiam mudos,
Calados ao sabor do espanto;
Mentirosa, a coisa dizia que era do sertão
Que virou mar e saiu de cena.
Aí, a rosa do deserto chorava aos cântaros;
Até gente pensante às vezes a cantarolava
Mas logo logo se arrependia;
Uns, os que a comiam, se embebedavam
E colocavam o resto nos celulares.
Seu veneno sempre matava a velha gorda
Que morava na esquina;
Mas ela foi embora a tempo,
Em um maldito tempo de colheita maldita.
O governo também mandava matar a velha,
Só que, disfarçadamente a D. educação
Saía pela tangente de um triângulo
Amoroso onde transavam alunos,
Pais e professores. Entretanto, a escola não...
O governo ficava com a cara lavada
De gato cagando na chuva.
Quietinho, Safadinho, safadinho...
Cacá Matofino