Culpado

Ando pelas ruas

como se fosse culpado

de todos os crimes sofridos

por esta humanidade já perdida.

Talvez seja consciência paranóica

ou o reconhecimento de minhas omissões

Carrego olhares!

Mil olhares.

Maus olhares,

impressões da alma de pessoas

que passam por mim

e que pensam em mim

vinte quatro horas por dia.

O que fiz de errado

e o que deixei de fazer de certo?

Não me queixo desta mania

pois todo culpado é ousado.

Trago a esperança

de que as pessoas

nunca serão iguais a mim.

Suporto todos os trejeitos

que me fizeram nascer

que me deixaram sentir dor

que me tornaram culpado.

Construo a culpa.

Aceito a culpa.

Levo a culpa.

Pela ciência do segredo

Pelo faz de conta.

Pela minha santa omissão.

Pela minha falsa cegueira.

Pela minha mente fascinada.

Nesta minha alma degredada.

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 18/02/2014
Código do texto: T4696267
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