Visão Depois da Vida
Vaga ao longe a alminha boa,
Um homem negro em frente à lagoa.
Será difícil para ele
Descobrir que não é do céu a visão dele.
Para que ir para a “luz”?!
Se, só agora, percebe. Sua córnea conduz.
Depois de tanta escuridão, um dia faleceu,
Mas foi assim que sua visão nasceu...
O breu não existe mais
E a visão do mundo
Lhe traz imensa paz...
Como é melhor ser mudo!
Seres alado já tentaram a ele levar,
Mas quanta coisa ainda falta observar!
Não podiam ser bons aqueles sujeitos.
A alminha fugiu, pensando que até no paraíso há preconceito.
Seu coração tem paz, nunca quis guerra.
Olhando o belo da terra
Ela ainda se encontra,
Mas manda-la à “luz” é uma afronta.