TEMPORÁRIO
Fugidio, sombra esguia.
Vazando entre as analogias
Do relógio de parede,
E as areias da ampulheta.
Pulando do berço a cova
Curtindo o intervalo
Entre o nascer e crescer
Dos sulcos da terra
E a queda das pedras de moer.
Querendo colher espinhos
Enquanto não tremem as mãos
Os olhos não embaçam
Nem desfalece o coração.
E vindo à badalada dos sinos
Achem-me ditado na pedra
Dormindo nos sonhos
De quem deixei a chorar.
Mas tempo que é bom é pequeno
Tempo de vida terreno
Este momento aqui
Tempo de Ver, viver...e sorrir.