Molares
Antes poeta a escravo
(Ou os dois de uma vez?)
Na tristeza, viajo, escrevo,
No escuro, clareio a embriaguez
Com café, vinho ou destilado
Porque hoje a insensatez
Resolveu afiar os molares
Neste cordeiro degolado,
Vis, ósseas e pontiagudas
Vestes e prosas... libertinas
Liberam escumas geladas
Em meus pensamentos
Dantescos? Sob cortinas
Empoeiradas de tormentos
Córtex manchado, cicatriz
Deja vu ao formol? (ou ao éter?)
Fugaz, sem recato, sem ater,
Leva-me ou deixa-me por um triz
Nesse cosmo atronave, viver...
O sucesso é ser feliz!
Niedson Medeiros, 22 de janeiro de 2014