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QUANDO CHOVIA
Quando chovia,
Ela recolhia o carmim das pétalas,
Fechava-se toda, e recebia
As gotas frias e pesadas, sem refregas...
Amava as nuvens escuras e as águas,
Abençoava o vento que soprava,
E assim, recolhida, ela pensava,
E pensava...
Seu caule longo se cobria
Da maciez aveludada dos musgos,
E ela claramente se via
Nas poças d'água que a cercavam.
Quando chovia, ela nutria
Seu coração seco de mágoas,
E ele se abria,
Recebia as águas
E amolecendo, aprendia...
E quando o sol voltava,
Ah, ela se abria numa entrega
À luz, às cores, à vida, ao dia,
Depois, cobria-se das estrelas
Que à noite, eram deixadas
Aos seus pés
De flor re-desabrochada.