Reencarnação

Reencarnação

Sou mesmo um bicho do mato

Perdido na selva, na relva, de pedra

Desviando dos galhos, dos frangalhos que fazem de ti

Quero te ajudar, abrir teus olhos, tuas matas

Enrubescer as faces de amores traiçoeiros

Falar as verdades que conheço, contar mentiras

Que, com certeza, o deixarão fagueiro

Quem sabe um dia você venha a me achar

Se Deus quiser não, estarás morto

Absorto nesse nublado que é estar de dentro de si

E ao mesmo tempo, calado, sozinho, no mato

Curupira que me dê licença, tenho um pé atrás

Com você, minha alma, com a ciência

Não, não perca a paciência

Se procurares melhor, estou sempre a espreita

Rolando na grama, pisando na lama

Desequilibrando monges, fazendo tua fama

Se a mãe natureza resolver descontrair

E me trair

Saio daqui, desse muro, do chão, do escuro

Prometo não deixar você me ver

Tens curiosidade, deve ser mal da idade

Já conheço teus passos

Mas é assim, em teus compassos é que me acho

E vejo repetir os erros

Abaixe-se! Olha o tiro do caçador

Não encare sua bala de festim

Pare de reclamar de mim, sou assim, assim

Fera ferida, verdade sofrida, vida vivida

Você não sabe quem sou

Conheço-te até demais

Sou mais íntimo que tua sombra

Já adentrei os mesmos umbrais

E você querido eu, não cometa as mesmas tolices

Meninice é só questão de ser

Olhe no lugar certo, ouça o que deve se ouvir

Sim, sou eu quem estou aí...

Gabriel Amorim 20/01/14

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 20/01/2014
Código do texto: T4656767
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