SILÊNCIO DE ESTRELAS
Diga-me pelos teus olhos todo o fulgor da tua alma
E te direis em versos todo o sentimento que há em mim.
Se o amor em ti se fez ébano e se perdeu da calma
Ah! Minha ave, voastes tão longe do céu do meu jardim.
Agora, pede por meus beijos úmidos a te saciarem,
Enquanto que a vida continua em outros coros serenos.
Canção de astros a se cevar dos tons a ressoarem
Busca no céu a voz estelar que se jaz em teus ouvidos.
Diga-me pelos teus lábios do viso de constelações
Que se ocultou por entre lágrimas de outros semblantes
Oposto tolo, teu lado mudo que se fez em aflições
Retém a lua e o sol de dias ofuscados entre os mirantes.
Ó, hipocrisia! Tal maresia no tempo a tudo corroeu
E só restou o pó da memória que se foi pelo vento a fora
E se fez ao silêncio lúgubre do corpo que já morreu
Por te amar ao coligir de luas e sóis de uma casta aurora.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 17 de janeiro de 2014.