Eternidade

Existem ainda muitas barreiras

- das mais conservadoras -

por quebrar.

Todo o meu azul claro

se transforma em índigo

para desmoronar esses muros,

esse concreto ruído...

tamanhas ruínas

feitas de pessimismo

que herdei em meu nascimento.

Tamanho lamento

que me foi tatuado na pele

sem o meu consentimento.

Velhos costumes,

tantas necessidades,

e os velhos medos,

o conforto dissimulado,

e essas palavras

querendo aconselhar,

mas revelando a dor do fracasso.

O fracasso que vislumbro em mim - no que faço -

é como errar a forma do salto no trampolim - errar o passo:

perde-se em planejada beleza,

mas ainda há água para me abraçar,

me envolver, me refrescar.

E após o mergulho profundo,

vou emergir, tornar a subir,

e me aventurar em um novo pulo.