Eu quero ser poeta

Pra receber as musas, vez em vez,

E atirar palavras para o alto.

Acertar os nefelibatas nos seus campos celestes,

E aparar suas quedas com minhas redes de insegurança.

Eu quero mirar o nada e ver tudo o que ele tem.

Examinar olhares como quem observa

pela janela de um trem.

Meu desejo é enxergar na sombra dos ângulos retos.

Pegar com as mãos a escuridão

E coser com trevas poemas diversos,

Que dos meus mistérios se alimentarão.

Ser livre qual gavião caçador,

A perseguir alegrias sem limitação,

Se rindo de graça, da marca e da dor.

Navegar no mar da inconsciência,

Ao sabor da ventania intuição.

Que nutre as velas do meu sonho vivo

Com a matéria prima do coração.

Gabriel Aquino
Enviado por Gabriel Aquino em 23/12/2013
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