I

 

se tudo quanto vemos é ilusão dos sentidos

se as verdades são flores que se vão abrindo e logo delindo

se tudo se move porque os átomos estão condenados a correr

infinitamente

se as estrelas se vão afastando, calando

o mistério afogado entre chamas atrações e explosões

que posso eu fazer senão manter a minha brevidade em suspenso

sem duvidar ou crer senão na minha legítima inquietação?



II

se o teu amor faz parte das minhas quimeras

que poder terei para duvidar ou crer

sendo esse amor mais leve que as brisas

sustentando apenas o voo das borboletas monarcas

tão lindas que nos fascinam

mas que não poisam jamais?