Sem título

Saudade que não esmaga mais

O coração saltitante e itinerante

No trexo

Na vida

Tudo acontece e vai se desdobrando

Desenroladamente

Com a certeza incerta

Que pulsa nas veias

Como túneis escuros

De sangue espesso, grosso e coagulado

Do abismo de dentro

De meu útero para a terra.

Óvulo não fecundado alimenta o chão

Conexão de abismo para abismo

Ao sentir a trama do universo

Bem embaixo dos meus pés.

Assim, todo medo se vai,

Desce tudo e se integra

Com a existência transcendente

Do modelo conhecido

Da condição mundana repetitiva e vã...

Fertilizo poesia da loucura extrema que vivo dentro de mim.

Peitos, braços, coxas, quadris desejam

O sexo espontâneo e selvagem

Feito com a terra.

Esta que não tenho

E sim que sou

Que vivo

E gozo loucamente a existência.

Isa Torres
Enviado por Isa Torres em 14/11/2013
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