À ESPERA (INSÔNIA QUE PRECEDE A CHEGADA)
As madrugadas passam lentas
No compasso andante,condutor
Das horas de espera,que se arrastam,
Aleijadas,
Espalhando a poeira,
Decantada nos adormecidos;
As madrugadas passam lentas
Enquanto me desintegro no caos
De meu cansaço, ouvindo
Os sons do trânsito das ruas
Contornando os meus sonhos
E a minha cama,por longas avenidas...
As madrugadas passam lentas,
Entorpecidas pela melodia,
Ensurdecedora, do Silêncio
Dos que dormitam seus sonos
Sem saber,da areia em minhas retinas
E do meu corpo exausto, insistente...
Até que,decidida, eu me esparrame
Numa folha branca qualquer,
Já fatigada de tanto esperar...
- Então, a lenta madrugada alumia-se
Da Maior-Estrela... E a Poesia,enfim, chega,
Sonolenta, seguindo o rastro da aurora.
Recife, Abril de 2007.