Um raio Azul
Um raio azul Ilumina poemas
lidos na sala de retratos.
Às margens do meu pranto,
Ouço valsas vienenses,
tangos e fados.
Mergulho a noite
um contracanto.
Agarro-me às horas,
recolho dos quintais
os vestidos mofados.
Mãos agitam lenços, soltam-se
no espaço de poeira, cinza e cal.
Dança o corpo nos lugares
onde revela-se nas sombras
a face da solidão.