PESCA
Dependurada e súplice aos pés do vento
roguei levasse as nuvens do meu pensamento
que, monocromático, agonizante e em torturas,
movimentava as atitudes mais sombrias.
Prece atendida em completude, uma ternura,
mansa e serena, acorda a calma adormecida.
Agradecida e já com a alma em vestes de gaze
dedos de nuvens lilases, colhem estrelas e cometas
dos olhos úmidos que se abrem num amplo sol-riso
aquarelando todo entorno ao sabor da morna brisa.
Não há palavra precisa nesse instante...
Então, flutuante, com a língua imersa
num mar salivado por declarações silentes,
nas ondas quentes, em perfume de maresia,
pesco o nome soletrado pela alma - minha e tua -
e que logo vem à boca, num gole só; poesia.
PESCA – Lena Ferreira – nov.13
*Aos amigos recantistas que me honram com suas gentis visitas e comentários, um abraço saudoso. Estou com dificuldades em acessar a rede e por isso, tão ausente. Espero conseguir retribuir todo o carinho a contento e retornar logo à rotina prazeirosa que é lê-los.
Saudações poéticas,
_____________Lena Ferreira