Democracia e outras palavras...
Ruídos, latidos, escuridão,
Assim é a imensidão do meu ser poético
Entre formigas no piso ao ver a imagem da torre de celular
A piscar no meu olhar.
Não há vento, mas sim, uma brisa a cantar
O meu pensamento.
Vozes pueris na rua, numa noite de domingo
Entre brincadeiras mil.
A imensidão me clama aos ecos
Do silêncio refletido na escuridão
Do corredor.
Parabólicas, caixas d´´aguas, luzes dos postes,
A temeridade à vista ao sombrio
Do tempo marcado pelo relógio da vida.
O frio entorpece a alma
Entre janelas e um céu sem estrelas,
Que marcam esta noite, em que a plenitude morcega
No pulsar do coração.
Escuto uma voz não brasileira
A gritar pela rua a palavra
Democracia com veemência
Em forte luta ou bebedeira de um frustado latino.
O funk de um carro mudou o tom
E o ritmo desta poesia, onde o poeta
Não olha para os fatos, pois só sente, escuta
E imagina através do seu olhar
O resplendor do ecoar do mar.
(Poeta cabo-friense Rodrigo Octavio)
Publicado no Jornal de Sábado em 01/10/05.