Laços de Amor e Ternura

Pensando na minha vida, cheguei à conclusão,
Que noites sem dormir não me disseram nada,
Que no terrível “só, no meio da multidão”,
Eu não tive medo, tentei me aquietar calada.

E o abandono que chegou a mim, pé ante pé,
Arrastou-se por muitos anos, até se revelar,
E eu, nas vaidades da mocidade de pouca fé
Acabei dando permissão pra vida me enrolar.

E, no emaranhado que ela me fez na alma,
Ela embolou passagens de todo o meu viver
E misturou todos os sentimentos, sem ter calma,
Que eu, lutando pela vida, não pude desfazer.

E os anos se foram correndo a cair na ribanceira
E eu caindo junto e a querer salvar pedaços.
Tentei de verdade, tapar o sol com a peneira
E vi que, cada vez mais, eu desfazia os laços.

É que ao tentar tirar o bolo emaranhado,
Eu quase estraguei laços de amor e ternura
Laços que nos amparam até o futuro sonhado
E que eu pretendia atar com cuidado e doçura.

Só agora no final, onde a solitude é um fato,
Eu sinto que posso entender esses conflitos meus
E ao ver atados entre si três lindos laços...constato:
No desespero, levei a vida às mãos certas...as de Deus.


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Pássaro Feliz
Enviado por Pássaro Feliz em 16/04/2007
Reeditado em 01/05/2008
Código do texto: T452206
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