PRESSENTIMENTOS...

Vai alta a madrugada.

Com a alma amargurada,

deixo o corpo no meu quarto...

Tua imagem me confunde intensamente...

Não sei quem és e nem quem foste realmente...

Alço vôo sem saber pra onde parto!

Rápido vou singrando a imensidão do espaço!

Busco achar a tua trilha, passo a passo...

Mas (-estranho!) – Não te encontro no caminho!

Olhos os astros... Vejo a lua que derrama sobre a terra

uma réstia de luz prateada que (- não entendo!) – me aterra!

E me ponho a chorar devagarzinho...

Tento alcançar as mansões celestiais

do Olimpo, onde brilham as moradas das vestais...

Mas, me sinto impotente, sei que ainda sou mortal!

Atravesso outros espaços, adentro outros mundos,

penetro seus escaninhos mais profundos

mas não navegas no oceano sideral !

Volto da viagem fascinante, amedrontado...

Minha alma sente que inda sou predestinado

a te esperar por mil anos outra vez!

Busco ainda a tua sombra na aurora,

que anuncia o fim da noite que estertora...

Mas nada vejo a não ser minha insensatez!

A tarde chega carregando o fim do dia,

e continua, dentro d!alma esta agonia,

que se adentra pela noite constelada.

Olho o sidério manto salpicado de estrelas....

Sigo em frente. Quero vê-las, quero tê-las,

uma a uma e busco, em vão, dentre todas minha amada...

Torno tonto ao mundo hostil da realidade,

com minha alma acorrentada na saudade,

e na certeza que lançada jaz a minha sorte...

Há de durar esta saudade que eu sinto,

pois dentro d!alma a chorar é que eu pressinto,

que nem mesmo te verei depois da morte!

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 25/08/2005
Reeditado em 25/08/2005
Código do texto: T45187
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