ECOS
São singelas as aquarelas
Que dentro de mim aportam
Como cinzelas nas capelas
Onde os anjos me reportam...
São asas que sobrevoam
Como bravas sentinelas
Quão às travas das tramelas
Que se dobram nas fivelas...
São fronteiras paralelas
Como o vento e a garoa
Tais quais cenas de novelas
Onde as cores se entoam...
Alterques que não se atrelam
Meramente à toa...
Nem os sons que se revelam
Simplesmente soam...
Nas arestas da tabela
Não há palco nem passarela
Nem alamedas nas favelas
Só há becos e vielas...
Nessa canoa não há proa
Nem madeira de cancela
Só o som que em mim ecoa
E brandamente me modela!
Autor: Valter Pio dos Santos
Set-2013