MDM e fantasia
Aquela lua quadrada não me enganou.
Metais, entre si, conversando? devo estar delirando.
Pé de chinelo na batida do som,
Com meus dedos sonoros controlo o tom.
Sei acabar com tudo, depois regressar
Nessa viagem mental eu vim pra ficar.
Dilui em água, dissolve em saliva
Essa droga que se chama amor
E causa transe coletivo.
Enquanto todos sentem calor,
Transmite ondas de puro esplendor.
Entro em crise existencial:
"E se nada disso for real?"
"E se este for o sonho de alguém?"
Ao acordar, vamos evaporar
Como uma fusão de lisergia a 80°C.
Sinto um clarão chegar,
Acho que alguém vai despertar.
Às 6 horas da manhã
MDM grita no ouvido
Milhões de decibéis agora contidos.
O barulho despertou o adormecido
Que ao acordar, põe pra fora tudo o que sonhou.
Os metais se calaram, a lua se arredondou,
A caravana passou, pé de chinelo virou sapato
E nos meus dedos eu perdi o tato.
Acabou, fim da linha.
O sono eterno virou fantasia.