DÉJA-VU
Num largo espaço de tempo
o destino premeditou uma encruzilhada
olhar que corta o vento
profético sonho de faca encravada
no meu peito, sem alento.
a mesma pintura escura frente entrada,
era eu! pairado contemplando tua beleza atento
abre-se o peito que outrora costurada
cicatrizava sem unguento
como as palavras em magoas flechadas
que pontava dia e noite, aqui dentro
do onírico desejo a boca calada
que gritara dor do eterno momento
passou rápido, raio, luz, minha alvorada
anoiteceu num estante o algoz tempo
envelhecera tua alma apavorada;
se foi voodoo... deja-vu, acalento?
a espera certa da cena tomada
não havia ninguem, pra dizer o tempo
ou quantidade certa da hora marcada
a verdade. é que tudo parou naquele momento.