Tarantela
Enfim eu voo, quê mais
me restou para fazer?
Nego um fim nos abissais
que o não-sei me faz ver...
Crio a imagem mais bonita
que me demove do nada.
Arranca dessa desdita
a minha alma encerrada.
Ganho as asas do bem ser
aquilo que eu quiser.
Governar a bel-prazer
tudo o mais que possa haver.
Não vou encerrar na morte
essa aventura tão bela.
Do verso faço suporte
que a minha morte cancela.
Chancela tenho do amor
e da via paralela.
Fico da vida ao dispor...
Dançando uma tarantela.