Tarantela

Enfim eu voo, quê mais

me restou para fazer?

Nego um fim nos abissais

que o não-sei me faz ver...

Crio a imagem mais bonita

que me demove do nada.

Arranca dessa desdita

a minha alma encerrada.

Ganho as asas do bem ser

aquilo que eu quiser.

Governar a bel-prazer

tudo o mais que possa haver.

Não vou encerrar na morte

essa aventura tão bela.

Do verso faço suporte

que a minha morte cancela.

Chancela tenho do amor

e da via paralela.

Fico da vida ao dispor...

Dançando uma tarantela.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 31/08/2013
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