Congelando o “ser feliz”
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Representamos em cada máscara
A cada momento
Para cada situação movemos emoções
Tentamos conter o tédio
Que as pressões estabelecem
Duvidamos pertencer
Ao tudo que queremos
Formando-nos gota a gota
Desejo a desejo
Capturamos comportamentos
Estudamos métodos
Ambicionamos viver feliz
Gostamos, sentimos
Isto é belo
Alegria traduz sonhos
No encontro dos olhos
Sem palavras, sem promessas
Congelando o melhor momento
O que estabelece meu silêncio
Não é a culpa
Não é a pressa
É sentir-me desencantado
Momentos não vividos, minha angústia
Vias transpus, cartas ficaram sem respostas
Encontros desfeitos
Quantos perderam ontem
Quantos perdem hoje
Sem meu encontro
Sem meu sorriso
Sem meu amor
O novo me fascina
Embriaga-me
Tornando-me especial
Aos novos planos
Precipito sempre o amanhecer
Para pensar o que gostaria de ganhar
Com a chegada do novo dia
Uma visita talvez
Uma experiência nova
Nunca um milagre
Apresente-se a mim
E diga-me o que gostaria de obter
Quer ser criança?
Será criança sempre?
Criança percebe facilmente
O que é sentimento,
O que é útil,
O que será sempre inútil
Gastará seu tempo
Para compreender a filosofia do amor
Até onde ele vai
Qual sua profundidade
Quais instrumentos para detectá-lo
Não se preocupará com o que leva
Nem se fará frio ou calor
Criança tem o dom de se encantar com tudo
E principalmente
Não se protegerá das dores
Não estou a salvo, sem conhecer
Sem saber, sem ajudar
Sem perguntar, sem auxílio
Sem você...
Se for terei estradas
O caminho gratifica cada passo
O ensinamento que a vida propõe
Ao modelar passos, liberdade é privilégio
Pensando sempre na nova forma de amar
Aonde vai senhor destino?
Idealizar sonhos?
Fazemos sempre o que impressionam os outros
Mesmo que pressione a nós
Não decorei teus poemas
Tão perfumados me banham
Sempre que os releio
Aprendendo algo no dia-a-dia
Sempre me trás de volta ao caminho
É bom imaginar encontro marcado
Chego primeiro
Com flores para te esperar
É um presente te encontrar
O amor exala sem pressa
Pois a pressa de viver
Fragmenta o homem.