A Morte
Triste e solene será ela.
Tão doce e suave como era.
Ela, era ela:
A Morte.
Sorrateira por debaixo da escada;
Altaneira por sobre a calçada;
Calcinante queimando a estrada:
Dor ou sorte?
É a morte que me vem.
A companheira que já me tem.
Vai levar-me para o além
num transporte.
O sino, grave e fúnebre,
tenaz um entrave lúgubre,
sisudo, sério como um bugre:
Soa a Morte.
E por todos ela passa
lenta, rápida, espaçada.
Provoca risos,choro, gargalhada
sem estoque.
Mas para mim ainda é estranha.
Sua música morta e enfadonha
não tanto me comove as entranhas.
A Morte que toque.