LOUVAÇÃO

*Nadir Silveira Dias

Saúdo os não lembrados,

os desviados,

os que afastam de si

todos os demais irmãos.

Saúdo os mortos à bala,

faca, foice ou facão,

de curva, na estrada bem

ou mal construída,

bem ou mal conservada,

por ação própria ou hora

certa no relógio motriz final!

Saúdo os vivos-mortos, que nada

têm além de sua morte viva,

no segmento vegetativo a que

estão sujeitos por causas

antecedentes ou a que

deram causa, aqui e agora!

Saúdo cada esforço individual,

cada passo, cada palha,

que cada irmão tenha envidado

em favor de seu vizinho, de sua

rua, de seu bairro, sua cidade,

seu Estado, seu País,

de sua própria ou de alheia vida!

Saúdo o século findo,

o milênio que se foi,

na estreita medição

que fazemos nós,

pobres humanos somos!

Saúdo o homem – espécie,

centelha divina do Criador, no

concerto universal dos tempos,

hoje e sempre, saúdo Você!

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 23/08/2005
Reeditado em 23/08/2005
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