O Passo, o Verso e a Escada
Constróis com gestos a tua estrada.
Constróis com versos tua lida.
Constróis tua vida linda.
Partilhas a receita:
__Quebrar a lógica do contratempo,
do silêncio e da distância.
__Semear e colher carinho.
__Doar escritos ao mensageiro vento.
__Saber que não é só o ouro que reluz.
__Saber a hora de estar menina
sem esquecer que és a mulher.
__Saber que para ser árvore
a semente tem que morrer.
__Ensinar que a felicidade é possível.
__Ensinar que o suor tem que se derramar,
pois a escada para o paraíso não se compra,
pedra a pedra ela é edificada.
__Seguir reto e nitente.
__Apor coluna sobre coluna,
a eterna construção,
uma torre a levantar,
dia a dia obrada e a obrar,
apontada para o zênite,
nunca finda.
Em seu miolo a escada girassol
torcendo o caule a cada passo teu,
dançando em busca de tua luz,
ritmada pela música perfeita
a buscar o teu crisol.
__Ensinar que é o ser quem faz o caminho.
__Passo a passo,
verso a verso,
ao alto subir.
__Enlevar e elevar-se.
__Apesar de tudo, não se opor ao tempo.
(Ahhh, o tempo surdo que só sabe avançar,
perdeu a aula e o ensaio de como voltar.
Quando longe, ele é lento e taciturno.
Quando perto, um cometa apressado.
Carrasco indolente e cruel).
(O vento batendo no rosto,
o frio da mata e da lagoa gelando as pernas,
a quentura do sol
roubada pela pedra imota "acalorando" o peito,
e o motor roncando, roncando, roncando...
sensação de voar,
quase criamos asas,
nos levando ao alto,
nos levando à nave quente e encantada.
Metro a metro avançando).
Sim, tu me fazes pensar e acreditar:
que subindo se vai,
degrau após degrau.
A torre, a escada girassol
e os passos arrebatantes.
Por vezes carregando o peso do mundo,
outras vezes levitando tal qual o delgado
e laciniado véu.
Quando permitido,
o necessário repouso,
como que chegado a um patamar panorâmico,
encenado em palavras e gestos,
assim como descrito naqueles teus versos.
Durante o descanso:
a contemplação da escada encimada,
dos degraus infindos a nos levar,
da música perfeita a nos conduzir à razão,
a nos mostrar que o importante
é o que brota e vem do coração,
que o paraíso não se compra,
que o paraíso não está num comprimido,
nem numa chama.
Que o paraíso é dado a quem acolhe o irmão,
a quem labuta, clama e deveras ama.
Então a caminhar se volta.
Ecoa a música perfeita a nos embalar,
a nos impulsionar.
E a escada segue impetuosa,
ao alto sempre, laboriosa,
cumprindo sua sina de nos guiar,
de nos aproximar
um do outro,
e do céu...
Constróis com versos tua lida.
Constróis tua vida linda.
Partilhas a receita:
__Quebrar a lógica do contratempo,
do silêncio e da distância.
__Semear e colher carinho.
__Doar escritos ao mensageiro vento.
__Saber que não é só o ouro que reluz.
__Saber a hora de estar menina
sem esquecer que és a mulher.
__Saber que para ser árvore
a semente tem que morrer.
__Ensinar que a felicidade é possível.
__Ensinar que o suor tem que se derramar,
pois a escada para o paraíso não se compra,
pedra a pedra ela é edificada.
__Seguir reto e nitente.
__Apor coluna sobre coluna,
a eterna construção,
uma torre a levantar,
dia a dia obrada e a obrar,
apontada para o zênite,
nunca finda.
Em seu miolo a escada girassol
torcendo o caule a cada passo teu,
dançando em busca de tua luz,
ritmada pela música perfeita
a buscar o teu crisol.
__Ensinar que é o ser quem faz o caminho.
__Passo a passo,
verso a verso,
ao alto subir.
__Enlevar e elevar-se.
__Apesar de tudo, não se opor ao tempo.
(Ahhh, o tempo surdo que só sabe avançar,
perdeu a aula e o ensaio de como voltar.
Quando longe, ele é lento e taciturno.
Quando perto, um cometa apressado.
Carrasco indolente e cruel).
(O vento batendo no rosto,
o frio da mata e da lagoa gelando as pernas,
a quentura do sol
roubada pela pedra imota "acalorando" o peito,
e o motor roncando, roncando, roncando...
sensação de voar,
quase criamos asas,
nos levando ao alto,
nos levando à nave quente e encantada.
Metro a metro avançando).
Sim, tu me fazes pensar e acreditar:
que subindo se vai,
degrau após degrau.
A torre, a escada girassol
e os passos arrebatantes.
Por vezes carregando o peso do mundo,
outras vezes levitando tal qual o delgado
e laciniado véu.
Quando permitido,
o necessário repouso,
como que chegado a um patamar panorâmico,
encenado em palavras e gestos,
assim como descrito naqueles teus versos.
Durante o descanso:
a contemplação da escada encimada,
dos degraus infindos a nos levar,
da música perfeita a nos conduzir à razão,
a nos mostrar que o importante
é o que brota e vem do coração,
que o paraíso não se compra,
que o paraíso não está num comprimido,
nem numa chama.
Que o paraíso é dado a quem acolhe o irmão,
a quem labuta, clama e deveras ama.
Então a caminhar se volta.
Ecoa a música perfeita a nos embalar,
a nos impulsionar.
E a escada segue impetuosa,
ao alto sempre, laboriosa,
cumprindo sua sina de nos guiar,
de nos aproximar
um do outro,
e do céu...
11/08/2013
Esta poesia foi inspirada num anjo e na música "Stairway To Heaven" do Led Zeppelin
( Assista "Stairway To Heaven" por "Heart" no Kennedy Center Honors )
( Assista "Stairway To Heaven" por "Heart" no Kennedy Center Honors )
(imagens obtidas da internet, todos os créditos aos seus criadores)