A poesia que trago – Um duo
Faz tempo que não faço versos,
só vejo no belo
inversos, flagelos...
A mente transversa
Perdeu o ser singelo
Está complexa e dispersa
Perdi-me em meio às palavras
outrora tecidas, hoje desgastadas.
Lapidadas ficaram na lavra
Sem rumo, nem prosa e nem rima.
Clamando o que me transtorna,
jorrando pra fora razões desastrosas.
É a sina que se descortina
Na lida da vida no tear da oficina
Faz tempo não junto palavras,
meu verso é reverso,
meu grito é calado...
O som, a voz da alma abafada,
Proclama na busca dos sentidos
Para calar o frio das madrugadas
Meu eu só externa protesto,
materializa o que testo,
versos em desagravo...
É a dor que uiva seu lamento.
Dilacera e expurga contágios
Pondo a nu o cruel sentimento
Não sinto aquilo que digo
e o que digo condiz
com a farsa que espalho...
Mal vejo nítido meu rosto
A face embaça o espelho
Está tudo em mim sobreposto
As rimas me fogem à galope
como tenta fugir
do feitor, o vassalo.
O cavalo trota encilhado
Chacoalhando as letras
E o chicote açoita a verve
Há tempo que sonho acordada
e não amanheço, só noite escalada...
O suor escorre cascata na pele
E sinto encharcar as vestes
Percebo que nascerá no repente
O esboço que sussurra sofrido
É o meu canto que pede passagem
Espero traçar nos espaços
das folhas em branco
a poesia que trago.
Carmen Lúcia Carvalho & Hildebrando Menezes
Faz tempo que não faço versos,
só vejo no belo
inversos, flagelos...
A mente transversa
Perdeu o ser singelo
Está complexa e dispersa
Perdi-me em meio às palavras
outrora tecidas, hoje desgastadas.
Lapidadas ficaram na lavra
Sem rumo, nem prosa e nem rima.
Clamando o que me transtorna,
jorrando pra fora razões desastrosas.
É a sina que se descortina
Na lida da vida no tear da oficina
Faz tempo não junto palavras,
meu verso é reverso,
meu grito é calado...
O som, a voz da alma abafada,
Proclama na busca dos sentidos
Para calar o frio das madrugadas
Meu eu só externa protesto,
materializa o que testo,
versos em desagravo...
É a dor que uiva seu lamento.
Dilacera e expurga contágios
Pondo a nu o cruel sentimento
Não sinto aquilo que digo
e o que digo condiz
com a farsa que espalho...
Mal vejo nítido meu rosto
A face embaça o espelho
Está tudo em mim sobreposto
As rimas me fogem à galope
como tenta fugir
do feitor, o vassalo.
O cavalo trota encilhado
Chacoalhando as letras
E o chicote açoita a verve
Há tempo que sonho acordada
e não amanheço, só noite escalada...
O suor escorre cascata na pele
E sinto encharcar as vestes
Percebo que nascerá no repente
O esboço que sussurra sofrido
É o meu canto que pede passagem
Espero traçar nos espaços
das folhas em branco
a poesia que trago.
Carmen Lúcia Carvalho & Hildebrando Menezes