O trem da sina

Quando essas coisas terminarem

Chacoalha-me de leve;

Eu sei que despertarei do sono

Acordado de viver.

Num suspiro aliviado...

Não quero beijo de princesa,

Não serei anfíbio anuro

Tampouco um belo adormecido.

Estarei de um outro jeito;

Porém, sempre o mesmo,

Estranhamente novo.

Tocarei nas barbas do velho tempo,

Sentirei bons ventos do hálito da alva,

Sei que verei o cetim azul

Estendido e repleto de novas estrelas.

Não haverá limites para o olhar;

Como um pergaminho desenrolar-e-há

Toda a história, nua e crua

Estarei herói num longa sem fim,

Na hora sagrada da estrela,

Em meio a todas as outras criaturas.

Um sorriso perene e verde-cana

Rolará feito lágrimas de alegria;

A Pacha Mama derramará o seu leite

E não haverá quem não queira;

Até os que a agrediram clamarão

Por uma porção do seu calor.

Então grande mãe se levantará

E um transbordar de amor infinito

Escorrerá dos seus lábios;

E com um abraço de amor

Receberá o filho no seu ventre.

Quantos chorarão? E por que?

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 26/07/2013
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