De Repente
Noite, que guia os homens
para a escuridão;
e horas de trevas, em que
se perde a razão.
Raiva, dor, desespero e
toda maldade;
e a depressão, que vem
depois da vaidade.
Noite que paira em vitória
sobre nossos dias,
apaga da nossa memória
toda bondade, alegria.
Acordar já cansado, sem
conseguir dormir...
Pensar o dia todo em tudo,
sem poder refletir...
Tudo contra todos, e sem
mão pra ajudar.
O prazer não faz sorrir,
e só fazemos chorar...
Alguém, peço: liberta-me
desta prisão,
paira a sombra do pecado
sobre nós.
De repente, para o lado
olhei,
e mais alguém, enxerguei.
Não mais estou tão só em
minha aflição;
Estamos juntos, em nossa
solidão.
E assim, uma luz rompeu
em nossa voz;
logo o calor do amanhecer!
E, de repente, o escuro se
encheu de estrelas...
De repente era eu, era você,
éramos nós...