Despedidas - Um trio
Hora da despedida.
Mais uma. Quantas mais?
As cores vibrantes
Um pulsar constante
Das dores da vida, fortes,
Marcam despedidas
Quantas ainda me reserva o destino?
Há as que ocorrem abruptas
Com tintura de sangue
Rupturas, costuras, suturas
Ferem mais a alma que a carne
Quantas lágrimas ainda por derramar?
Assim é feita a vida...
Lágrimas, sorrisos, sorrisos e lágrimas.
Deixa um vazio profundo
Pela brutalidade que ocorre
Como corte de navalha
Uma sensação de porre
Aí a solidão se instala
Alegrias parcas, instantes concisos.
Dores, mais do que se é preciso.
Melhor seria não haver
ou durarem o tempo que dura o riso.
Sem pedir licença ao coração
Lembranças machucam
Ao recordar aquela afeição
Despede-se do que faz bem,
e ao mal, um leve aceno
Com a certeza que virá também.
O sofrimento da angústia
De desprezíveis amores
Açoita a mente saudosa
No despertar dos horrores
Porque o que era belo
Transgrediu no percurso
E ganhou contornos diversos
Som cortante violoncelo
O bem é ameno, sereno, instável.
Vem, rodopia e docemente se vai...
Deixando seu gosto nos lábios de alguém.
Perguntas não calam...
Perseguem nas horas insólitas
No desvio do caráter doentio
São marcas... Cicatrizes abertas
Feridas do tempo... Das chagas
Preciso me desgarrar...
Saber partir sem chorar
Seguir em frente, não olhar para trás,
Pisar as lembranças pra não me seguirem mais.
Calvário que volta em revolta
A buscar sentido no absurdo
Todo seu mundo se cala
Quando na alma resvala
Deixar que os lugares se esvaziem de mim...
Cada canto, cada recanto que me conhece tanto,
Onde passei horas a fio dedilhando
Os sentimentos que vinham me povoando
E agora choram por me ver partir.
Corpo prostrado inquieto
Porque não seria o melhor?
Mas o olhar está no céu quieto
O que não deu certo?
Vou de encontro ao novo,
Ao estranho, ao desconhecido.
O novo nem sempre é bem acolhido.
Mudança que me cansa,
Transformação exaurida mexe com a vida.
Nuvens que mudam de lugar
Pensamentos vivos ao ar
E ainda no olhar o vazio
Procurando se está por perto
No fundo só resta a melancolia
Instalada reclama uma saída
Nascida daquela despedida
Ainda bem que por certo, não era
Para durar toda uma vida!
Meus espaços serão preenchidos...
Cada lugar de aconchego
Agora tristemente deixado
Pertencerá ao passado.
Trieto: Carmen Lúcia Carvalho, Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes.
Hora da despedida.
Mais uma. Quantas mais?
As cores vibrantes
Um pulsar constante
Das dores da vida, fortes,
Marcam despedidas
Quantas ainda me reserva o destino?
Há as que ocorrem abruptas
Com tintura de sangue
Rupturas, costuras, suturas
Ferem mais a alma que a carne
Quantas lágrimas ainda por derramar?
Assim é feita a vida...
Lágrimas, sorrisos, sorrisos e lágrimas.
Deixa um vazio profundo
Pela brutalidade que ocorre
Como corte de navalha
Uma sensação de porre
Aí a solidão se instala
Alegrias parcas, instantes concisos.
Dores, mais do que se é preciso.
Melhor seria não haver
ou durarem o tempo que dura o riso.
Sem pedir licença ao coração
Lembranças machucam
Ao recordar aquela afeição
Despede-se do que faz bem,
e ao mal, um leve aceno
Com a certeza que virá também.
O sofrimento da angústia
De desprezíveis amores
Açoita a mente saudosa
No despertar dos horrores
Porque o que era belo
Transgrediu no percurso
E ganhou contornos diversos
Som cortante violoncelo
O bem é ameno, sereno, instável.
Vem, rodopia e docemente se vai...
Deixando seu gosto nos lábios de alguém.
Perguntas não calam...
Perseguem nas horas insólitas
No desvio do caráter doentio
São marcas... Cicatrizes abertas
Feridas do tempo... Das chagas
Preciso me desgarrar...
Saber partir sem chorar
Seguir em frente, não olhar para trás,
Pisar as lembranças pra não me seguirem mais.
Calvário que volta em revolta
A buscar sentido no absurdo
Todo seu mundo se cala
Quando na alma resvala
Deixar que os lugares se esvaziem de mim...
Cada canto, cada recanto que me conhece tanto,
Onde passei horas a fio dedilhando
Os sentimentos que vinham me povoando
E agora choram por me ver partir.
Corpo prostrado inquieto
Porque não seria o melhor?
Mas o olhar está no céu quieto
O que não deu certo?
Vou de encontro ao novo,
Ao estranho, ao desconhecido.
O novo nem sempre é bem acolhido.
Mudança que me cansa,
Transformação exaurida mexe com a vida.
Nuvens que mudam de lugar
Pensamentos vivos ao ar
E ainda no olhar o vazio
Procurando se está por perto
No fundo só resta a melancolia
Instalada reclama uma saída
Nascida daquela despedida
Ainda bem que por certo, não era
Para durar toda uma vida!
Meus espaços serão preenchidos...
Cada lugar de aconchego
Agora tristemente deixado
Pertencerá ao passado.
Trieto: Carmen Lúcia Carvalho, Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes.