O F I C I N A
silêncio...
que a luz canta
boreal e as cores
soluçam silentes
a beleza prende
a garganta
estrangulando marmóreas
palavras
arroxeando graníticos
dizeres
o presente cala-se
raspando o cerne
polindo berço
maleável
[quando a criança
é nina em colo
suspirando sono
repuxando sorrisos]
silêncio!
pra que desperte suave
e livre
na poética vindoura
sem massacres de versos
e mutilações de palavras
vestir-se-á de vestes certas
pra ser despida por
olhos apetecidos de
nuas poesias
silêncio!
um poeta
trabalha à luz
da espera.