Semente de Mostarda
Nem esperei os lírios
Vestirem suas túnicas brancas
De linho
Nem pentear suas pétalas
Com a suave brisa de verão
Nem separei o joio do trigo
Ele não vai suportar
Ser triturado pelo pilão
Nem seus grãos vão suportar
A força do fermento
Ser amassado pelas mãos
O calor do formo para ser
Um pão
Nem vai resistir ser repartido
Com o coração
Nem ouvir a oração
De amor
Levei aquele provérbio
Par casa
E a semente de mostarda
Para ver se vislumbrava
A parábola do reino
Dos céus
Nas margens do rio azul
Contemplei os nenúfares que flutuavam
Nas águas mansamente
Pensei na flor de lótus
E de lis
Natureza que me diz
Na flor de açucena nas melenas
Dela
Cor do canto da graúna
Seus lábios doces como um verde
Canavial
Mas murmura sussurra verbena
E na flor de cacto
Que perfuma o deserto
O amor se contradiz
E pensei na folha que nunca cai
No chão
E que nasce na árvore
Nas duas margens do rio.
Luiz Alfredo - poeta