Montanha

Montanha muda

Distante e solitária

Observa a cidade

Que corre desesperada

Na intenção de algum dia

- Ser montanha.

Sol que incendeia a pele

De árvores mortas

Rendidas ao tempo

Exaustas de experiências

Suas raízes desabam

- Não são montanhas.

Furacão de fúria

Arrasa toda vaidade

Animais correm perigo

E seguindo o instinto

O único fiel abrigo:

- A montanha.

De madrugada

Corações dormem

Descansam o corpo

Enquanto sonham

Um dia chegar ao topo

- Da montanha.

Silenciosa, vê ao alto

A vida passar por seus olhos

A morte arrebatar a vila

O forasteiro, a criança

Ludibriados ante a imensidão

- Que contém a montanha.

Alguns poetas a relatam

Enquanto viajam nos ares

Inocentes meninos perguntam

Porque estão tão longes

Mas todos um dia se perdem

- E abandonam a montanha.

Montanha não guarda rancor

Perdoa os pobres seres

Que tão pouco tem a viver

A vida de amor e dores

E morrem aflitos por não ser

- Montanha...

Jacqueline Campos Rojas
Enviado por Jacqueline Campos Rojas em 19/06/2013
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