O Azul dos Céus Mora numa Semente
O céu é do tamanho de uma semente
De mostarda
Não é uma hipérbole
Nem uma metáfora
É uma parábola
Um milagre
Um azul tão grande
Que não cabe dentro dos meus olhos
Que ofusca minha retina
Antinomia da minha racionalidade
Que nem a velocidade da luz
Chega ao fim
Os filamentos se apagam
As equações se confundem
O tempo quebra seus ponteiros
Os espaços não se fundem
Impossível a descrição
Apenas alguns poemas em aramaico
Numa estrofe do novo testamento
No interior do tegumento da semente
De mostarda
Não tarda
O reino dos céus está guardado
Apenas quem entender a parábola
Comer o fermento do pão
E do deserto
Pode vislumbrá-lo.
Luiz Alfredo - poeta