Semiconsciente
Por tudo que destruísse
Por tudo que consumiste
Pelo nada que deixaste
Pelo vazio que levasse
Pelas entranhas que expuseste
Pelos males que causasse
Pelas desculpas que não pedisse
Pelos problemas que permitisse
Pelos amores que desfizeste
Pelas intrigas que provocaste
Pelas conquistas que desistisse
Pelos favores que não fizeste
Pelos fracassos que tivesse
Pelos desafios que não enfrentasses
Pelo bem que maldaste
Pelo mal que bendissesse
Pelos risos que negasse
Pelas lágrimas que não derramasse
Pelas portas que trancasse
Pelas pragas que rogasses
Pelos caminhos que não percorresses
Pelas mãos que não estendesse
Pelos segredos que revelasses
Pelos desejos que controlasses
Pelos desprezos que tivesses
Pelos carinhos que não desses
Pelas esperanças que abortasses
Pelo egoísmo que semeasses
Pelas estradas que não caminhasses
Pelos rancores que plantasses
Pelas alegrias que contivesses
Pelos temores que implantasses
Pelo desamor que mantivesses
Pela covardia que estimulasses
Pela desarmonia que espalhasses
Pelas fantasias que não acolhesses
Pelas heranças que não deixas
Pelas lembranças vazias
Pela vida vadia
Morreste e não sabias.