Dureza de poesia

Dura é a poesia quando sai do lodo

Quando cria pernas e anda por si,

Do,ré, mi e outras notas.

Do afogo na areia movediça,

Salta por sobre os sonhos

Em luta aberta e sem tréguas.

É hora de crescer e ser grande;

Momento de sonhar e ser simples.

Cavar fundo nas almas incautas,

Os amores e as suas dolores.

Dos crimes de guerra ao ósculo

Que, desde que ficou santo

Não trai ao ar livre entregando

Os filhos dos deuses.

Cava poesia! Crava à luz do dia!

Crava a sua espada nua,

Seu trágico e gélido punhal

No coração que já sofre

O assédio de quimera!

Sorva do absinto verdejante

Dos prados que deliram!

A essência do soma que doma

Os aflitos e os seus mitos.

Dureza de poesia é maciês e carinho;

É dormir em fronha de sonhos

É absorver a luz do sacro alimento

Dos manjares e dos elementos.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 04/06/2013
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