NADA A DECLARAR
HOMO SAPIENS!
DE ONDE VENS?
QUEM SÃO TEUS PAIS?
PARA ONDE VAIS?
OLHA AO TEU REDOR!
O QUE PODE SER PIOR?
ONDE ESTÁS QUE NADA VÊS?
NEM SEQUER POR UMA VEZ!
PÓ DA NUVEM, VULCÃO.
NEM ÍBIS, NEM AVIÃO.
ESCUTA! OUVE O TROMBONE!
ESTÁS MOUCO ANTE O CICLONE!
ANTE O TREMOR, TAMBÉM!
NÃO TE AVISARÁ, NINGUÉM!
E VEM, CALOR SUFOCANTE
FERVER MARES DE ALMIRANTE.
MORRE A VINHA, SECA A UVA.
FOGO, CINZA, VENTO E CHUVA.
PRAGA, PESTE, GRIPE, SIDA.
ASSIM, ESVAI SUA VIDA.
VÊ QUE O HOJE JÁ É ONTEM!
E O AMANHÃ FOI ANTEONTEM!
SEU TIO SE EXPANDE EM GUERRA.
POR TODO CANTO DA TERRA.
ENQUANTO SE OUVE UM HINO,
EXPLODE-SE UM BEDUINO
MONTADO SEM SELA, EM PELO,
NO LOMBO DE UM CAMELO,
ACENANDO COM A MÃO,
PROS FILHOS DE SALOMÃO.
ENTÃO, OUTRA MÃO SE ERGUE
DERRETENDO O ICEBERG.
FOI-SE O QUE ERA PRAIA.
ANTES FOI-SE O ATALAIA.
OUTRAS CINZAS PELO AR.
SOOU EXPLOSÃO NUCLEAR!
SEM NINGUÉM PRA TE ESCUTAR
SEM VERSOS PRA RECITAR,
SÓ HÁ POEIRA NO AR,
NADA A DECLARAR...