Viagem quântica
Hoje, ao acordar sai de casa decidido
Passos firmes sem perder o compasso, o ritmo
Em direção á praia fui sem saber, parecendo ter um compromisso
E ao penetrar no tempo sagrado comecei a olhar o mar
Parecendo, eu querer desafiar algo com olhar destemido
Foi aí que perdi a consciência cronológica de mim mesmo
Entrando numa inconsciência latente
Mergulhando no mais profundo dos labirintos
O consciencial, de profundeza abissal.
Necessário era que dessa viajem eu não fugisse
Estava ali minha chave de entrada
Para a minha paz tão sonhada
Provei na via crucis quântica
Do féu e do mel
Da água e do vinho
Do sexo com desejo
E do amor sem tempero
Vi o bem, o mal, e o sei La o que
Vi templos obscuros, vi palácios sem muro
Vi o desfraldar do poderio e da força, a desmedida do poder
Vi o surgimento da filosofia da religião, da comunhão
Vi aqui e ali o surgimento de ideias, aqui e acolá pensamentos que interrogavam
Sobre o mistério do mundo
Saboreei do amor e seu outro lado, a dor
De repente fui envolvido por um cobertor de fluidos
E senti o frescor divino
Da consciência que me recebia e tomava-me em seus braços
Amor de pai para filho
O véu de Ísis se levantou, não faltava mais nada
Meu ego havia sido morto, não precisava mais da linguagem
Da posição política, da psicanálise, da religião constituída
O mental tomou-me como completo e senti-me parte das partículas, átomos, nêutrons, prótons, fótons
Meditei em uma nebulosa a respeito do meu passeio
Cheguei à conclusão em meio à reclusão
De que aceitei a verdade e ela se mostrou toda para mim
Ela é o amor simples e universal que não segrega ninguém do processo
Da mais bela criança com suas canduras até a mais vil das criaturas.
Voltei do passeio quântico ao meu eixo
Estava eu lá na praia, sentado na areia em frente ao mar
A sensação era de alegria e de bem-estar
Agora é regozigar-se e preparar-se para mais um dia a nos desafiar