Sou o lapidário de mim mesmo
Bastaram-me as várias existências
Que detive em toda vida
Vali-me das experiências
Consagrado a mais querida
De todas as paixões
Das andanças dos tropeços
Das fechadas dos portões
Estive velho, estive moço.
Lutei como nunca nos sertões
Muito rico, e poderoso.
De escudo e espada em punho.
Defendi a honra com bravura
E ouvia com tanta formosura
As histórias de reis unos
Combati, cambaleei ferido.
E no golpe já sofrido
Nunca jamais me entreguei
Hoje, busco nas mensagens.
Algo mais que a passagem
Lembro às vezes, com assombro.
Lugares, pessoas que jamais vi
Que a beleza de esquecer
E assim esquecendo, esqueci
Foi nos dado por Deus supremo
Cai se o véu, quando aqui buscamos.
Tirar dos mais belos exemplos
Continuar na busca continua
Onde a singela cortina
Das casas, dos templos.
Dos caminhos percorridos
Fomos vilões, fomos bandidos.
Pecamos buscando o conhecer
Hoje mais atento, reconheço.
Cabe a nós mesmos percorrer
O que impõe nos o recomeço.
Texto psicografado - Um espírito amigo