Retratos de nossa existência

Nas tardes vazias somente o sol e a chuva,

Lá fora além do retângulo da janela.

São caladas testemunhas estas sutis palavras,

Que se oportunas, são como luva.

Nesta exposição sem meias delongas.

O vazio nos consome lentamente,

Sem a mínima pressa possível,

E dilacera sem dó e nem piedade,

O sentimento que se tem.

O vem e vai das pessoas,

A rotina diária que se segue a cada segundo,

Como se ignorassem na totalidade,

Os sentimentos individuais aprisionados.

Somos embrutecidos pelo hábito,

Sorvidos numa atmosfera inumana,

De pensamentos cerceados pelo ego,

Que inflige dolorosas e ignoradas sensações.

É difícil ser sentimental neste mundo,

Saber ouvir e ter paciência,

Exercer a calma e a clemência.

Colocar-se no lugar do próximo, a empatia,

Compreender, aceitar,

Ser húmil.

Tirar instantes do precioso tempo,

Para simplesmente observar os pássaros,

A planura dos seus voos nos céus.

Sentir o frescor da manhã.

Degustar a doçura das maçãs.

E se regozijar com os detalhes ínfimos,

Que este mundo propõe,

E que no fundo fazem toda a diferença.

Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 19/05/2013
Código do texto: T4298054
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