PRECE DE CAPITU

Trago sim, não minto, sob os olhos a tal dissimulação,

Há rancores e mágoas sucumbindo nossa paixão

Teus olhos... Que veem nos meus?

Algo que te cega, ao ponto do adeus.

E Oh, Deus!

Eu que não creio, oro

Vos rogo e imploro

Justiça à cigana.

Eu que bordei véus impuros,

traçados escuros,

Eu que fui tão sacana.

Eis a prece da meretriz falida,

Pelo ciúmes vencida,

Pobre trapo cigano.

Eis, que a mulher pede paz,

como se fosse capaz

de reparar o engano.

Efêmera Capitu
Enviado por Efêmera Capitu em 16/05/2013
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